- É perder a capacidade do chorar quando sofre;
- É perder a capacidade de sentir a dor do outro;
- É perder a misericórdia, a capacidade de voltar atrás e perdoar o outro, estender a mão, acolher, liberar o perdão;
- É viver espiritualizando tudo na vida, olhar para a vida com olhar sacrossanto, com retórica, impostação de voz, jargões religiosos, frases prontas e de efeito (desvinculamos o espiritual totalmente do material e do físico);
- É inverter os valores, amando mais as coisas do que as pessoas (o sábado acima da vida humana);
- É deixar o poder subir à cabeça a ponto de viver como um super-homem (Triunfalismo);
- É transformar o ministério pessoal numa máquina de serviço, numa profissão fria e reacionária, sem sentimento e sem sensibilidade;
- É perder a capacidade se arrepender, de reconhecer que errou, reconhecer que precisa de ajuda, que precisa do outro, da solidariedade do outro;
O inferno é sustentar isso, fazer manutenção disso, manter essa máscara na cara o tempo todo;
“Vejo Jesus na Bíblia, chorando (Jo 11:35), se comovendo de íntima compaixão (Lc 7:13), irado (Mt 21:12), alegre (Lc 10:21), triste (Mc 14:34) expressando sentimentos.
Elias um dia se esqueceu disso. João e Tiago se esqueceram quando desejaram rogar ao pai que mandasse um raio para consumir os samaritanos. Pedro também se esqueceu quando disse que jamais trairia Jesus. Os discípulos se esqueceram disso quando pensaram que Jesus se via tão importante ao ponto de não ter tempo para as crianças.
O problema é pensar que sendo humano, manifestando a humanidade, poderá perder o poder e a autoridade,ficará fraco e vulnerável diante dos homens;
Daí se vende uma imagem de forte, poderoso, intimo de Deus; é a receita para se continuar no topo, conquistar espaços, ser admirado e respeitado;
Ma é o contrário: Quanto mais gente, mais usado por Deus. Quanto mais humano, mais usado por Deus. Quanto mais natural, mais poder de Deus na vida. Isso porque Jesus usa pessoas.
Não se esqueça disso. Seja gente. Seja você. Seja natural. Seja humano.