Essa é a expressão que o profeta Isaías usa para se referir a Cristo na sua aparição no cenário
da existência humana.
A terra seca geralmente produz Erva, raiz: decadente, mirrada, feia, sem beleza, por conta da
falta de saúde da própria terra. A raiz é fruto da terra que a produziu.
Raiz de uma terra seca fala-nos da natureza terrena de Jesus no que tange a aparência,
fisionomia, biótipo, corpo físico, fragilidade física humana.
Ele era como nos diz o próprio Isaias: sem formosura e nem beleza. “não tinha formosura
nem beleza”.
A terra que ele nasce é seca porque aponta para a fragilidade, adoecimento, cansaço,
amargura da família, do contexto social, e a decadência biológica da vida humana.
Assim, a raiz não é sem formosura e beleza por umas questões: moral, espiritual, ou
psicológica. Cristo não era pecador, adoecido pelas praticas pecaminosas; Cristo não era
deformado na sua espiritualidade, oprimido, desviado de Deus; Cristo também não era
doente no seu psiquismo, nas suas emoções, na sua alma. Sua alma era saudável, seus
pensamentos coerentes, suas emoções naturais e saudáveis.
E nós? Somos raízes de uma terra seca também? E como somos como raízes?
Diferentes de Cristo nós somos decadentes em todos os níveis de nossa existência: corpo,
alma e espírito.
Somos sem duvida, raízes de uma terra seca: no âmbito social, na vida físico-biológica, mas
também e principalmente na vida interior, espiritual. Nossa aparência feia é fruto do pecado
que adoeceram nossas almas, nossos corações. Alem disso, somos deformados no caráter,
somos doentes nas nossas emoções. Por tudo isso e algo mais, somos raízes de uma terra
seca.
Essa relação da raiz com a terra é fundamental para a produção e agravo de nossas
doenças. A raiz é absolutamente fruto da terra, mas o homem é fruto do contexto familiar
e social apenas parcialmente, tendo em vista todos nós trazermos dentro de nós as nossas
inclinações naturais para o pecado, nossas predisposições para a perversão, erro e desvios
morais na vida. Mesmo assim, somos profundamente atingidos pela doença da terra no
que diz respeito a herança adâmica. Vem de lá os efeitos nefastos do pecado – morte – e as
inclinações para o pecado no sentido existencial e coletivo.
Marcio Oliveira
Marcio Oliveira