Vontade de Deus X Obstáculos

terça-feira, maio 17, 2016

Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. Daniel 9:25

Havia um cenário politico perverso.

O império medo/persa, dominava povos e nações, através da força bélica expansionista .

O domínio, apesar de ser flexível em questões de identidade religiosa, por exemplo, não deixava de tolir a liberdade, de adoecer a alma e roubar o sentido de vida dos exilados .


Para os cativos , a vida fora virada de ponta- cabeça, os valores mudados, o futuro ficou inserto .


Deus é a expressão máxima de algum sentido de vida, no psiquismo humano, no inconsciente do indivíduo e do coletivo. Quando este (Deus), assume a responsabilidade e autoria da desgraça, (ainda que seja por uma justa  punição) a vida no sentido existencial desmorona, a esperança sai, deixando um vácuo,  um vazio ensurdecedor e agonizante na alma.


Foi assim que, a comunidade  de Judá vivenciou o cativeiro e todas as implicações deste drama histórico/social.


Aqui, neste momento da vida de Daniel, chegou o tempo do fim do cativeiro. A comunidade de Judá é a segunda geração,  com alguns sobreviventes do cerco efetuado pelo império Babilónico, a quase setenta anos à trás.


O terror e desespero dos dias da tomada da cidade,  passaram ; a população exilada se adequou aos costumes, a política governamental e social persa. Há,  inclusive judeus que acabaram gostando da vida dentro do império persa . Há judeus que cresceram, se estabilizaram e estão vivendo bem, a ponto de não querer voltar para Jerusalém.

É  dentro deste  cenário, que Daniel, olhando para o calendário e lembrando das profecias, conclui que o fim do cativeiro chegou.

Mas, Daniel não percebe isso e fica passivo,  estático, esperando o mover intervencionista de Deus na historia. Daniel ora, pede perdão a Deus pelos pecados da nação e reivindica o fim desse cativeiro.


O anjo traz um panorama profético da história de Judá (Jerusalém) e dos impérios do mundo,  revelando para Daniel tudo o que aconteceria, daquele ponto da história ate a volta do Messias.


O que se vê,  primeiro, é a soberania de Deus no governo dos reinos, e na condução da história .


Segundo: há uma determinação,  uma imposição da vontade de Deus na historia :

"...desde a saída da ordem ..."

Terceiro: há uma construção histórica escatológica. Deus conduz tudo de forma progressiva até seu clímax,  que se dará  na grande vitória final do cordeiro.


Quarto:  apesar da soberania, onipotência,  e onisciência de Deus, o versículo em tela, nos dá conta de uma oposição, de uma resistência  contra o governo e a vontade de Deus na historia .

"...tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos."

É interessante como os planos de Deus acontecem em meio as dificuldades. Como os propósitos de Deus, não obstante serem de Deus, sofrem ataques, perturbações, oposições, retaliações e impedimentos, na sua viabilização.


E foi isso que se viu em Jerusalém, na reedificação da muralha. Neemias enfrentou os samaritanos, cujo líder era Sambalate. Neemias enfrentou grande volume de trabalho; Neemias enfrentou crise de relacionamento entre os trabalhadores .


O versículo de Daniel nos dá  conta de que, havia algo mais que mera coincidência,  algo mais que simples problemas naturais. Há uma sinalização implícita no texto, de poderes espirituais atuando contra o propósito de Deus na história imediata e a longo prazo.


Mas, apesar disso, o que o versículo diz é que :

"...se reedificará...".

E será sempre assim, a vontade de Deus prevalece sobre as resistências espirituais e humanas .


Descansem e confiem nEle, que é o Senhor da história.

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