Deus e o desprezo que Cura

domingo, agosto 28, 2011

Porque para Efraim serei como um leão, e como um leão novo para a casa de Judá; eu, sim eu despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles aflitos, ansiosamente me buscarão. (Os. 5.14-15).


   Este texto me faz lembrar o meu pai; quando eu era pequeno, um dos piores castigos que meu pai ministrava sobre a minha vida era o desprezo. Às vezes eu preferia receber uma reprimenda, umas chineladas a ter que enfrentar e sofrer os horrores do desprezo dele. O desprezo do meu pai era um silêncio ensurdecedor, uma presença ausente que me machucava profundamente. Às vezes ele quase passava através de mim. Tudo era visto e tocado por ele, menos eu; e quando ele tinha que falar comigo, o fazia através de meu irmão. Eu me lembro que fazia de tudo para ele me notar, e torcia para que nós fizéssemos as pazes.
   Neste texto Deus usa o desprezo como castigo para corrigir Judá. O problema é que o desprezo de Deus, é um afastamento que oprime a vida, definha alma, faz morrer lentamente por dentro.
   Esse afastamento de Deus acontece todos os dias. É uma retirada estratégica de Deus em relação as nossas vidas. Ele sai, e na saída dele, nós ficamos sem sentido, sem respostas, sem saída, sem rumo, sem saber o que fazer. Nossas cabeças entram em colapso, nossas mentes se fundem em conflitos e perturbações.
   Sem Deus somos massa sem forma, sem razão, sem sentido. Sem Deus a vida destoa, perde o seu equilíbrio, se desmorona por falta de liga, de consistência, de firmeza.
    O texto revela a verdade de que na ausência de Deus, nós definhamos em culpas e angústias. A vida fica esmagadora, maçante. O afastamento de Deus turba a vida, deprime a vida, arranca a paz do coração e no seu lugar insere a ansiedade, o medo, a depressão, a insegurança, a angústia, a loucura, o desassossego existencial.
   Com base no que lemos, também notamos que esta ausência de Deus é como uma tortura que quebranta a alma enrijecida pelo pecado. Deus não precisa nos castigar com ações punitivas na carne, a simples ausência d’Ele, o desprezo d’Ele por si só, nos definha aponto de sofrermos e de nos arrepender.
   Assim, esse dar as costas de Deus, é uma disciplina que cura, uma ação terapêutica. Um remédio contra a soberba, a arrogância, a dureza de coração, a ausência de humilhação e reconhecimento da vida de pecado.
   Vemos uma ação semelhante do eterno em Romanos 1.24, onde Paulo afirma pela revelação do Espírito, que Deus os entregou as concupiscências dos seus corações. Esse entregar é esse afastamento de Deus em Oséias.
   A vida em seu sentido amplo é sustentada pelo Espírito de Deus. Se Ele se afasta, a vida fenece, desvanece e murcha, definha e morre.
   Se o Senhor tem se afastado de alguns de nós, não é para a morte, mas para a vida. O desprezo de Deus quebranta a alma e cura o coração. Lembre-se: “pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho”.  (Hb. 12.6).

Marcio Oliveira

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1 comentários

  1. Muito bom meu Pastor, que Deus possa continuar te abençoando e lhe revelando a palavra desta maneira para que o povo possa alcançar a cura e alibertação necessária!!

    Abraços!

    Mauricio Gama

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