Peso da Culpa (Parte I)

quarta-feira, setembro 06, 2017

"Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso, nos vem esta ansiedade". (Gn.42:21).

A culpa não é apenas uma afirmação judicial  decretada quando alguém, depois de cometer um crime é investigado julgado e condenado por esse crime, como reconhecimento da culpa desse alguem. Também não é apenas um reconhecimento pessoal dos erros que se comete na rotina da vida.

A culpa também é um fator psicológico, um sentimento, uma realidade emocional, uma neurose, uma patologia emocional, uma dor emocional que provoca uma série de outros sofrimentos emocionais e comportamentos doentios.

Veja esses homens, são os irmãos de José: depois do mal que lhe fizeram (O lançaram  numa cova,  venderam-no para os ismaelitas,  se omitiram diante dos gritos de desespero dele dentro da cova e mentiram para o seu pai Jacó  dizendo que ele estava morto), passaram a carregar uma carga, um fardo de culpa, tanto  moral quanto emocional. Suas consciências não lhes deixava em paz.

Eles estavam sendo inquetatos por uma ansiedade produzida pelos seus atos, que os atormentava diuturnamente, provocado pelas lembranças do sofrimento que provocaram no irmão.

Tal ansiedade que eles sentem, não os deixa, não lhes perdoa, não cede, não lhes dá sossego, não pode ser aplacada.

A culpa, no caso deles, era real, produzida pelos seus atos. Mas existem milhões de pessoas que sofrem com a culpa sem motivo objetivo, real,  concreto , justificável. Gente que por se fruto de uma criação marcada por exemplo: pela cobrança ou indiferença, preterição de filhos, e outros bixos; cresceu movidos por um sentimento de baixo autoestima, com comportamento voltado para o interesse do outro, sempre tentando agradar para ser aceito e, se sentindo responsável  (culpado) pelas mais variadas dificuldades e problemas que se manifestam a sua volta.

Essa culpa definha a alma, mas, diferente da outra, que pagando a pena ou se retratando a desfaz, está, por não ter causa aparente, não tem como ser resolvida com cumprimento de penas ou reparações de danos causados. Daí o inferno, posto que, vamos nos punindo de forma inconsciente sem que com isso consigamos aliviar a culpa .

No caso dos irmãos de José, o alívio veio na reparação do erro, no pedido de perdão,  na retratação, e no perdão que eles receberam do ofendido, José, que não só os perdoou como também os acolheu e preservou-lhes a vida num tempo de fome.

Cristo se constituiu um exímio assumidor de culpas. Assumiu a culpa e as culpas de toda a humanidade. Não é só isso, Cristo, no lugar da culpa, nos deu perdão e, consciência pacificada no lugar do peso da culpa.

Cristo é esse santo José que apesar do mal que lhe fizemos, nos perdoa, restaura e nós preserva pra vida.

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