Judas de ontem, Judas de hoje, A Traição contra Jesus continua
segunda-feira, fevereiro 13, 2012
O dinheiro continua interferindo na nossa relação com Jesus.
Os interesses financeiros, lucrativos, as vantagens os favores, continuam nos corrompendo e nos levando a trair o nosso mestre como ocorreu na vida de Judas no passado.
Como aconteceu com Judas, nós também somos honrados com a chamada de Jesus, caminhamos com Ele, comemos na presença Dele, vemos os seus milagres, os efeitos poderosos de sua palavra, e o traímos todos os dias.
A traição contra Jesus não se dá apenas quando se vende ele para os sinédrios da vida; a traição contra Jesus se dá também e muito, quando utilizamos os dons que ele nos confiou para proveito próprio, quando não cuidamos dos pequeninos como ele mandou e ao invés disso canalizamos as verbas para os nossos projetos pessoais ou interesses político seja da esfera eclesiástica ou política mesmo.
A diferença é que a traição dos Judas de hoje é mais sutil, mais cara, mais santa, é travestida de piedade, tem desculpas filantrópicas, é carismática.
Mas o caminho é o mesmo: dinheiro, traição, e escândalo.
Como se dá a traição contra Jesus hoje?
O caminho hoje percorrido é o caminho da venda das mensagens pregadas.
É quando o indivíduo só prega o que tem valor comercial, retorno financeiro, mensagens que lhe abra portas grandes em grandes lugares.
Alguns pregadores de hoje estão no bolso de grandes pastores empresários, políticos, pastores presidentes de grandes igrejas, figuras da alta sociedade evangélica deste país.
Alguns pastores de renome, pregadores estão topando qualquer negócio por dinheiro, entram em qualquer esquema para conquista um pedacinho do céu a aqui da terra.
O interessante é que nós nos julgamos mais santos que Judas. Olhamos par ele de forma muito distanciada, e de cima para baixo, como se ele, (Judas) fosse muito inferior a nós, e nós fossemos uma sumidade de perfeição e virtude.
No dia da malhação de Judas, nós lançamos mão dos nossos porretes, e vamos com toda a força contra ele, liberando todo o nosso ódio, repulsa amargura, rancor, veneno, cólera e desprezo.
O nosso senso de justiça é muito bom contra os outros, mas contra nós mesmo é morto, nulo, sem reação.
Antes de malhar o Judas é bom que façamos uma auto-avaliação sobre nossas relações com o dinheiro, ministério, pregações, os homens e Jesus.
Não pregar o que Deus quer falar por causa de qualquer motivo já é em si uma falta, se agrava se o motivo for dinheiro, vantagens ou privilégios.
Para nós que gostamos de olhar Judas através do binóculo como se ele estivesse muito, mas muito distante de nós, fica a advertência do apóstolo Paulo, quando tratava da questão da queda espiritual: “aquele que cuida estar em pé olhe para que não caia”.
O que Paulo está nos ensinando acima é que ninguém, mas ninguém mesmo está isento de cair, é só confiar nas próprias forças e o tombo será grotesco.
Temos que olhar para Judas com temor e tremo pra não sermos a repetição dele na vida.
Mas como disse o apostolo Paulo: “não se engane Deus não se deixa escarnecer, tudo o que o homem semear isso também ceifará”.
Ora, o que aconteceu com Judas?
Primeiro Perdeu a paz. Ninguém que trai Jesus dorme por muito tempo tranqüilo, logo vem à tormenta psíquica e espiritual, que o diga Pedro. Nesse tempo vem uma espécie de sentimento que dói, mas não nos deixa seguir o caminho certo que é o caminho do arrependimento, que quebranta o coração e possibilita o perdão.
Esse sentimento - o remorso - é uma espécie de maldição divina que faz doer a alma, mas não oferece saída, não cria clima de arrependimento.
Depois vem a perda do lucro, o dinheiro que se ganha traindo a Jesus é como vender a alma pro diabo. É um dinheiro que some, não rende, se vai mais rápido do que quando se ganhou. Não traz paz interior só uma momentânea satisfação, fruto daquilo que ele pode comprar e nada mais.
E o interessante é que ele – o dinheiro da traição - volta para o lugar de onde veio, Judas o arremessa no templo, depois ele é usado para comprar um campo, uma herdade, que vai servir de sepulcro para o próprio traidor.
Mas o mais notável e dramático dessa história é o fato de que na tentativa de se matar, Judas ao se enforcar, expõem suas vísceras, simbolizando assim a exposição de sua vida, suas mazelas, suas deformações ao publico.
E não é assim que tem acontecido? Os traidores de Cristo não são inquietados pelo seu espírito, seus bens gastos com advogados devoradores, e suas mazelas, seus pecados expostos a mídia a opinião publica?
Que Deus tenha misericórdia de nós.
Marcio Oliveira
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